Dress code nas empresas: como equilibrar regras, conforto e inclusão no ambiente de trabalho 5fl3t
1k5r2p
Empresas podem definir regras de vestimenta, mas precisam alinhar normas
maio 23, 2025 - 7:18 pm

O ress code, ou código de vestimenta, é uma prática comum em ambientes corporativos. Foto: Unsplash
O dress code, ou código de vestimenta, é uma prática comum em ambientes corporativos, especialmente em setores que exigem uniformes ou trajes específicos. De acordo com a advogada trabalhista Thaiza Campos, a legislação brasileira permite que empregadores estabeleçam diretrizes sobre o vestuário dos funcionários.
“Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no ambiente laboral, sendo lícita a inclusão de logomarcas da empresa ou de parceiros”, explica. A afirmação reforça que, embora a regra seja legal, sua implementação exige atenção para não ferir direitos individuais.
Em setores como o bancário e o jurídico, o dress code rigoroso é estratégico. Mateus Francisco, psicólogo organizacional do Grupo Ser Educacional, explica que empresas que atendem clientes de “alto poder” aquisitivo buscam transmitir profissionalismo: “Trajes sociais são adotados para manter uma imagem uniforme, que reflete credibilidade e alinhamento com padrões de mercado”.
Ascensão da sexta-feira casual 471k3
Com o isolamento social, o conforto do home office levou empresas a flexibilizarem regras. Políticas como a “sexta-feira casual” ganharam espaço. Segundo Thaiza Campos, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) respalda essa adaptação: “A empresa pode implementar flexibilidade sem necessidade de acordo coletivo, conforme o poder diretivo do empregador (artigo 2º da CLT)”. A mudança, no entanto, não elimina desafios.
A falta de clareza nas políticas de dress code é um dos principais equívocos apontados por Mirella Oliveira, analista de Gente e Gestão. “Termos vagos, como vestir-se adequadamente, geram interpretações subjetivas”, alerta. Ela também pontua a aplicação desigual das regras: “Cobranças devem ser justas para todos os colaboradores, sem exceções”.
Contudo, o risco de discriminação é outro ponto crítico. Mirella exemplifica: “Empresas podem, sem intenção, penalizar órios religiosos, como turbantes, ou estilos ligados a identidades de gênero”. Para evitar conflitos, ela recomenda diretrizes transparentes e diálogo com equipes diversas: “Regras devem ser construídas com sensibilidade cultural, evitando estereótipos”.
Tendência: liberdade com responsabilidade 1d6e11
Apesar de tradições rígidas, o mercado caminha para códigos mais inclusivos. Empresas estão permitindo que colaboradores expressem identidade por meio de roupas, penteados e adereços. “Times diversos refletem a sociedade e estimulam criatividade, essencial para inovar em produtos e serviços”, destaca Mateus Francisco.
No entanto, especialistas concordam: liberdade não significa ausência de bom senso. “A expressão individual deve coexistir com respeito ao ambiente profissional”, conclui Thaiza Campos. Assim, o dress code parece depender de um equilíbrio delicado — entre imagem corporativa, conforto e inclusão.