Disputa política atrasa votação de reajuste salarial para professores de Pernambuco na Alepe 5d1q5f

Professores participaram de reunião na manhã desta segunda-feira (9). (Foto:

Na manhã desta segunda-feira (9), professores da rede estadual de Pernambuco participaram de reunião na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) com o presidente da Casa, Álvaro Porto. Desde a última semana, a categoria, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe), aguarda a votação e, consequentemente, a aprovação do reajuste do piso salarial, concedido pela gestão estadual. Contudo, por falta de quórum, a votação ainda não foi realizada.

Ao LeiaJá, a presidente do Sintepe, Ivete Caetano, ressalta que a presença de parlamentares da base do governo é crucial para a aprovação do projeto. “No dia de hoje, a principal questão é destacar que o nosso Projeto de Lei Complementar não está sendo votado por causa do quórum. Se a bancada do governo comparecer aqui, realmente, o nosso projeto seria votado. Foi isso que a gente solicitou à governadora.”

Segundo Caetano, uma “quebra de braço” inviabiliza a aprovação do PLC. “O Poder Executivo mandou vários projetos, inclusive antes do nosso para ser votado aqui. A principal polêmica entre o poder legislativo e a casa pelo que a gente ficou sabendo é o projeto de lei do empréstimo”.

Sobre essa questão, a presidente do Sintepe alega que não há um consenso. Diante desse cenário, houve a solicitação de adiantamento da votação do projeto que a aprova o piso. “A gente pediu pra adiantar o nosso [projeto] para não ficar na fila porque o regimento prevê isso. Se o presidente da casa botar (sic) na ordem do dia, a tramitação a a ser legal, de acordo com o regimento, como também da Constituição”, ressalta.

“Em respeito à educação, a gente solicitou que realmente o projeto de lei fosse votado, colocado na ordem do dia e o presidente [Alvaro Porto] acatou, mas, o problema é o quórum para a votação”, frisa Ivete Caetano.

Deputados apontam tentativa de desgaste entre professores e parlamentares

Previsto para às 9h, o encontro iniciou com quase duas horas de atraso. Tempo suficiente para lotar o Auditório Sérgio Guerra, da Alepe, com professores, estudantes e lideranças sindicais. Ao lado do presidente da Casa, estiveram os parlamentares: Dani Portela (PSOL), João Paulo (PT), Coronel Feitosa (PL), Antônio Coelho (União), Rodrigo Farias (PSB), Rosa Amorim (PT), entre outros.

“A assembleia vem segurando o projeto. Agilidade, a gente cumpriu. Para mim, é um jogo. Mas, não um jogo político. O que está acontecendo é uma tentativa de colocar os professores, sindicato contra os deputados”, acusou Porto.

O presidente da Casa ainda disparou: “querendo transformar uma incompetência istrativa, de não entregar as coisas, de ser só promessas e agora querem usar vocês [professores] como foi usado na semana ada quando chamaram a presidente do sindicato ou a comissão para o Palácio [do Campo da Princesas]. Mas, a história que a gente sabe é essa de esvaziar a casa”.

Corroborando o discurso de Porto, o deputado Rodrigo Farias afirmou “falta de vontade” da base governista. “Hoje, com essa apresentação que foi feita, ficou claro aqui para todos que estão acompanhando de onde vem a falta de vontade de votar e de aprovar o projeto, que é o ajuste dos professores. Esse projeto tem essa falta de vontade e esvaziamento da bancada do governo da Assembleia tem nome e sobrenome, que se chama Raquel Lyra”, frisou.

Mobilização também nas escolas

As atividades da categoria, nesta segunda-feira (9), estende-se ao longo do dia. No período da tarde, a partir das 14h, os profissionais acompanham a sessão plenária da Alepe. O ato pretende pressionar a votação e aprovação do PLC 2968/2025.

Ao LeiaJá, Ivete Caetano aponta que a mobilização também ocorre nas escolas, com a paralisação das atividades. Segundo a presidente do Sintepe, nenhuma escola está funcionando. Uma nova paralisação não está descartada e dependerá dos rumos da votação, como também das escolhas da categoria.