Em Cannes, diretor Spike Lee diz sentir saudades dos cantores engajados 2a6d5l

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‘Os artistas se expressavam e davam seu ponto de vista sobre o estado do mundo’, disse o diretor

Em Cannes, diretor Spike Lee diz sentir saudades dos cantores engajados

Spike Lee. Foto: Julie SEBADELHA/AFP

Os cantores atualmente se arriscam menos a se engajar politicamente do que nos anos 1970, lamenta o cineasta americano Spike Lee, presente em Cannes para apresentar seu último filme, Highest 2 Lowest.

“Tenho 68 anos e cresci durante a época da guerra do Vietnã (…) Os artistas se expressavam e davam seu ponto de vista sobre o estado do mundo”, lembrou o diretor, durante um encontro com jornalistas.

Hoje em dia, “com todo o dinheiro que os artistas ganham, sua casa fonográfica ou seu empresário lhes diz que isso pode afetá-los no bolso”, lamentou o diretor de Faça a Coisa Certa (1989) e ganhador do Grande Prêmio em Cannes em 2018 por BlacKkKlansman.

Em seguida, Lee relativizou: “Bom, não se pode dizer isso de Bruce Springsteen (…) É o artista mais famoso que realmente dá sua opinião sobre o que está acontecendo no mundo hoje”.

O roqueiro americano, atualmente em turnê pela Europa, qualificou o governo do presidente americano, Donald Trump, de “corrupto, incompetente e traidor”, durante um show em Manchester, no Reino Unido.

“Este roqueiro seco como uma a (sua pele está toda atrofiada!) deveria MANTER A BOCA FECHADA”, reagiu Trump em sua plataforma, Truth Social.

O mundo da cultura demonstra clara hostilidade com o presidente republicano desde que ele assumiu o primeiro mandato, em 2016.

No entanto, Trump foi um astro da TV durante anos antes de sua entrada meteórica na política, e era uma personalidade com presença habitual em estúdios e até mesmo em filmes e shows.