Equipe de MC Poze do Rodo repudia prisão do artista: “mais um episódio de racismo e preconceito institucional”
Segundo a Polícia Civil, o artista é investigado por apologia ao crime e por envolvimento com a maior facção criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho
maio 30, 2025 - 10:57 am

MC Poze do Rodo. (Foto: Reprodução/Instagram/@pozevidalouca)
A equipe do MC Poze do Rodo publicou, nessa quinta-feira (29), uma nota manifestando repúdio à prisão temporária do cantor por 30 dias. Segundo a Polícia Civil, o artista é investigado por apologia ao crime e por envolvimento com a maior facção criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho.
Em nota, a equipe do funkeiro destacou a arbitrariedade da prisão, assim como a criminalização das manifestações artísticas que se originam em comunidades. A nota ainda destaca um cenário de perseguição, racismo e preconceito institucional contra o funk.
“A acusação de associação ao tráfico e apologia ao crime não fazem o menor sentido, Poze é um artista que venceu na vida através de sua música. Muitos músicos, atores e diretores têm peças artísticas que fazem relatos de situações que seriam crimes, mas nunca são processados, porque se tratam justamente de obras de ficção”, diz trecho da nota.
“A prisão do Poze, ou mesmo a prisão de qualquer MC nesse contexto é na realidade criminalização da arte periférica, uma perseguição, mais um episódio de racismo e preconceito institucional, a forma absurda que o Poze foi conduzido é a maior prova disso”, finalizou o posicionamento.
Poze foi encaminhado para a Penitenciária Serrano Neves, conhecida como Bangu 3, no Complexo de Gericinó. Lá, há uma concentração de pessoas que pertencem ao Comando Vermelho, ao qual no ado foi associado. Ele chegou a falar sobre o assunto em uma entrevista ao Profissão Repórter.
“Já troquei tiro, fui baleado e preso também. E eu pensei: vou querer ficar nessa vida aqui ou viver uma vida tranquila? Então, eu foquei em viver uma vida tranquila, batalhei e hoje em dia eu o isso para a molecada: o crime não leva a lugar nenhum”, relatou na entrevista.