Jovem baleado por delegado em Noronha terá perna amputada

Pelas redes sociais, Emmanuel Pedro Apory, 26 anos, revelou que a perna direita, alvo do disparo durante briga com delegado, será amputada

Jovem baleado por delegado em Noronha terá perna amputada

Foto: Reprodução/Instagram

O ambulante Emmanuel Pedro Apory, de 26 anos, enfrentará a amputação da perna direita após ser baleado pelo delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz durante uma discussão em uma festa de samba no Forte dos Remédios, em Fernando de Noronha, no dia 5 de maio. O caso, que ganhou repercussão nas redes sociais, teve novos desdobramentos com um vídeo divulgado na última sexta-feira (16), no qual o jovem, internado no Hospital da Restauração (HR), no Recife, cobra justiça.

“Vai ser necessária a amputação para seguir com minha vida. Meu erro foi querer ajudar e ter empatia por quem não merece”, afirmou Emmanuel, visivelmente emocionado, em registro gravado no leito hospitalar. Vale mencionar que o ambulante, que trabalha na ilha, foi transferido para o Recife em uma UTI aérea após protestos contra a demora do translado. Ele já ou por uma cirurgia no HR.

Confira o relato completo do jovem:

Delegado alega ciúmes e é afastado após o disparo

O conflito ocorreu após o delegado, substituto na ilha, alegar que Emmanuel estaria assediando sua namorada. Segundo relatos de testemunhas, durante a discussão, o policial sacou a arma e efetuou o disparo. O delegado foi afastado das funções pela Secretaria de Defesa Social (SDS), no entanto, a investigação ainda não concluiu as responsabilidades.   

Entretanto, Emmanuel, que nega qualquer conduta inadequada, destacou a necessidade de justiça: “A pessoa que tentou ceifar minha vida está tranquila em algum lugar. Desejo nenhum mal, apenas quero que a justiça seja feita”. No vídeo, o jovem criticou as condições do sistema de saúde local: “Se eu tivesse sido transferido antes, talvez não tivesse que amputar. Até vidas já se perderam por causa da situação do nosso hospital”, disse.   

Emmanuel ainda agradeceu o apoio dos moradores de Noronha, que organizaram protestos por justiça, e à mãe, Maria do Carmo: “Se não fosse por ela segurando essa bronca, não sei o que seria de mim”, destacou Emmanuel.  

O caso segue sobre investigação da Polícia Civil de Pernambuco.

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