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Apesar de sua estrutura linear, o título dispõe de algumas leves camadas de metroidvania

Beyond the Ice Palace 2 é o retorno do desconhecido

Imagem: Divulgação/PQube

Na indústria dos videogames, existem diversas franquias que foram esquecidas no tempo e que são lembradas por muitos fãs, aos quais anseiam por algum tipo de continuação ou remake desses jogos. Não dá para dizer que este é exatamente o caso de “Beyond the Ice Palace” ( “Além do Palácio de Gelo” em uma tradução direta), mas para alegria daqueles que conheciam a versão original de 1988, lançado para o computador Commodore Amiga, uma continuação foi disponibilizada em todas as plataformas modernas.

Essa sequência desenvolvida pela Storybird Studio e publicada pela PQube, busca manter um aspecto que remete aos jogos retrô, com um estilo de arte em pixel, só que com pequenas doses de modernidade. Por conta disso, os jogadores podem esperar por um desafio bastante elevado, mas sem determinadas restrições da época, como vidas ou continues limitados, o que faz desta uma proposta mais convidativa para os mais casuais. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o game em sua versão de Xbox Series X/S.

Um autêntico Castlevania 1p4h3i

O enredo de “Beyond the Ice Palace 2” possui uma estrutura simples e direta ao ponto. O jogador assume o papel de um rei que foi amaldiçoado e aprisionado em uma caverna, e que após se libertar, parte em uma jornada de vingança contra aqueles que o traiu. As principais armas do protagonista são as próprias correntes que o prendiam e a maneira como ele as maneja lembra bastante os jogos da série “Castlevania”.

Só que as referências a famosa saga dos Belmonts não param por aí, pois toda a estética do game, design de fases e movimentação limitada do personagem foram claramente inspirados em “Castlevania”, principalmente na fase clássica da franquia.

De maneira geral, “Beyond the Ice Palace 2” possui uma progressão linear, mas com algumas camadas de metroidvania (gênero de jogos conhecido por combinar elementos de Metroid com Castlevania). Isso porque durante o trajeto, o protagonista conseguirá algumas habilidades que permitirão a ele alcançar locais que antes eram iníveis. Porém, na maioria das vezes, o retorno para essas áreas é opcional e não vão conceder novos caminhos a serem seguidos. A única recompensa serão os baús de tesouro.

Mesmo com uma exploração limitada, é importante vasculhar cada área do jogo, pois somente assim será possível obter os cristais de melhorias, aos quais concedem aprimoramentos nos atributos do personagem, como vitalidade, resistência, poder, inteligência e fúria. Cinco fragmentos de cristais permitem formar um cristal completo, que garantirá um upgrade sempre que o rei sentar em seu trono.

Mecânicas de combate m1n2f

A simplicidade também está presente no gameplay de “Beyond the Ice Palace 2”. De maneira geral, é possível atacar os inimigos, saltar sobre plataformas, realizar esquivas e fazer um movimento circular com as correntes (essas duas últimas ações consomem pontos da barra de resistência e caso ela seja esvaziada, é preciso esperar alguns segundos para que o personagem possa recuperar o fôlego).

O recurso da esquiva será utilizado na maior parte do tempo para evitar os golpes dos inimigos, mas também pode ser usado para realizar um contra-ataque. Para isso, basta apertar o botão de esquiva no momento exato do ataque, que o protagonista irá se deslocar para o outro lado e o seu adversário ficará vulnerável por alguns segundos.

Ao lado das barras de vida e resistência existe uma pequena esfera, que se preenche conforme o jogador ataca os inimigos. Quando o círculo ficar totalmente cheio, será possível utilizar o modo fúria, que aumentará a velocidade e o dano dos golpes do personagem.

Já o movimento circular da corrente, é recomendado para os momentos em que houver diversos projéteis ao redor da tela, pois a arma consegue desfazê-los com facilidade. Porém, essa não é a melhor alternativa de ataque, pois o dano causado é muito baixo.

Movimentação pouco polida 5n552h

O maior problema constatado em “Beyond the Ice Palace 2” está relacionado à movimentação do personagem. Na maior parte do tempo, a impressão que se tem, é que este rei pesa uma tonelada, tamanha é a sua lentidão. Parte disso poderia ser compensado por um nível maior de força, mas isso também não acontece e muitos inimigos, principalmente os chefes, são verdadeiras esponjas de danos, o que torna os confrontos mais demorados.

Vale destacar que o tempo de resposta entre apertar o botão e a ação acontecer não é totalmente preciso, o que pode resultar em danos ou mortes instantâneas. Outro ponto que pode resultar em aborrecimentos, é que uma ação não pode ser cancelada para que outra seja realizada, então caso o jogador esteja realizando uma sequência de golpes, mas precise pular ou se esquivar de um projétil, ele só poderá fazer isso após o seu ataque ser finalizado, só que até lá, já será tarde demais.

O personagem também possui a resistência de um papel, o que fará das mortes algo bastante frequente durante a jornada. Além disso, alguns trechos do game possuem pontos de controle (checkpoints) distantes um dos outros, então o jogador deve se preparar para repetir longos trechos sempre que for derrotado.

Outro quesito que também poderia ter recebido mais atenção por parte dos desenvolvedores, está ligado ao uso da corrente. Para se locomover no mapa, o jogador precisará usar a arma para se pendurar em argolas ou para arrebentar fechaduras de portões ou baús. O problema é que dependendo do alvo, a tarefa pode se tornar bem frustrante. Primeiro pelo alcance da corrente que é bastante curto e segundo, porque não é possível arremessar ela direções diagonais, apenas em linhas retas.

Todos esses aspectos não tornam “Beyond the Ice Palace 2” um jogo ruim ou injogável, mas diminuem o nível de excelência que ele poderia ter tido. “Beyond the Ice Palace 2” está disponível para PS4 e PS5 por R$99,50; Xbox Series X/S e Xbox One por R$74,95; Nintendo Switch e PC por R$59,99.

*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá